Estava tão linda,
Desfilava o habitual sorriso,
Interpolando beijos e abraços.
Era noite de luar,
O vento frio embalava olhares oblíquos
Escondidos na escuridão noctívaga.
Pouco tempo levou,
Logo se tinham nos braços
Por entre cálidos suspiros [e gemidos].
Unhas, dentes, mãos e braços,
Ditavam as ordens de
Carinhos tenros e sinceros.
Chronos cuidou de pronto
Da desditosa situação
Acelerou o tempo da razão.
Morpheus entregou-lhe a pílula vermelha
Acordou-se do devaneio,
Restou em sobressalto.
Aquilo tudo tinha passado,
E quedou-se ali estático
Diante de um corpo já sem vida.
Por que caminhos trilhavam agora
Os desejos nunca realizados?
Estavam mortos e sepultados?!
Contentou portentosamente em
Admirar aquele corpo nú [porém belo]
Que putrefazia-se em sua frente.
E seguiu em passos lentos [e firmes]
Deixando-se apodrecer,
Em sua própria dor.
São Luís – MA, 27 de outubro de 2012.