No levantar da semana, vejo armações homéricas,
De Homes [e mulheres] mal amados.
Logo, bastante mal humorados.
Sorrisos, não há.
Utopias, calam-se.
A barulhenta cidade acorda.
O mundo,
Segue sem sorriso,
Sem resquícios do samba cantado na noite anterior.
Nem o requebrar da garota de sorriso carismático
Afasta a dor da preguiça semanal.
Mas no fundo da reportagem matinal,
Quietinho em seu canto,
Ergue-se calado um senhor.
Uma garrafa enrolada num saco de pão,
Dá um gole generoso,
Abre o sorriso e segue...
Passos vacilantes,
Sorriso sincero no olhar,
Ignorou, por total, a barulhenta cidade.
Mendigo bêbado,
Dirão alguns do alto de seu mau humor semanal,
Ele prosseguirá, pestanejando seus passos.
Os mais atentos verão,
Que naquele sorriso [bêbado]
Tem algo mais.
A utopia, não morreu.
A cadência do samba, ainda toca.
No fundo,
Nós que escondemos a beleza do sorriso quimérico.
Que embriagado, ri-se, sozinho [em nosso íntimo]
Até que venha novamente,
Mais um fim de semana.
São Luís – MA, 27 de agosto de 2012.