quinta-feira, 7 de maio de 2009

Medos e Tentações do Bicho-Homem

suicidio

Dos piores males que me assolam,
Há esta angustia constante,
Fruto de anseios da mais sensata razão,
Minha pequenez diante do grande monstro que me cerca...

Hominídeo, Homo Sapiens, Homo Sapiens Sapiens!

Conhecimento, maldita tentação humana,
Vício pernicioso, quanto mais tem mais o quer,
Quanto mais o conhece mais descobre sua imensidão,
Insaciável tentação que enche de angústia a realidade de ser humano...

Hominídeo, Homo Sapiens, Homo Sapiens Sapiens!

Assim rondam pensamentos, entre razão e emoção me divido,
A primeira mais sensata, buscando adentrar às descobertas de seus iguais;
A segunda animalesca, fruto dos genes e da própria essência do bicho-homem,
Perniciosas tentações, cercam-me, prendem-me, aprisionam-me...

Hominídeo, Homo Sapiens, Homo Sapiens Sapiens!

Na verdade, o fato de pertencer à espécie humana...

Mata-me!

Hominídeo, Homicídio, Suicídio, Homo Sapiens Sapiens...

Homo mortis!

São Luís, 07 de maio de 2009.

ENTRE DESASTRES E DESCASOS: A quantas fica a Dignidade Humana?


Para quem costuma acompanhar este blog, dá para perceber que tenho me tornado um tanto “turista” na arte da escrita, bem que gostaria de justificar tal falta por conta das diversas atividades, mas sendo bem sincero o que provavelmente insta óbice a esta produção disciplinada e regrada seja minha própria desorganização, a qual já estou tentando resolver aos passos, o importante é sempre tentar o retorno e não esquecer o blog.


Pois bem, hoje quero escrever sobre algo que tem me deixado um tanto inquieto, as catástrofes que têm ocorrido no Norte e Nordeste do País. Em meados de novembro/dezembro de 2008, pudemos perceber uma grande comoção e enorme movimentação por parte de toda mídia (TV, Rádio, Jornais, Internet) e de todos brasileiros, assim como reiteradas ajudas humanitárias voltadas para o Estado de Santa Catarina que fora atingido por um imenso volume de chuva, o que configurou como foi chamado o Desastre de Santa Catarina. Cidades vindo abaixo por conta do volume das chuvas que caíram no Estado.


Chegamos ao ponto que quero tratar a interessante distinção de tratamento entre Brasil do Norte e Brasil do Sul, já não é notícia que toda verba em maior parte é destinada ao crescimento dos grandes centros urbanos que ficam localizados ao Sul do País, todavia, quando se trata de contribuição com o governo, os impostos, estes são cobrados integralmente de toda a população, inclusive dos cidadãos do “Brasil do Norte”.


Partimos agora aos dados, Santa Catarina um Estado de 95,4 mil km², ao submergir às águas da chuva recebeu repasses totalizaram mais de R$ 460.000.000,00 (quatrocentos e sessenta milhões de reais), sem contar toda as ajudas humanitárias, doações, artistas famosos vertendo lágrimas pela reconstrução do Estado. Ainda sobre os números da catástrofe, o resultado da mesa paira em cerca de 12.027 (doze mil e vinte e sete) pessoas entre desabrigados e desalojados, com 135 mortes e 2 desaparecidos. (Fonte: http://www.desastre.sc.gov.br)


Agora subimos o País, facilmente percebemos uma grande catástrofe que, em números supera por demais as proporções do desastre que assolou o Estado de Santa Catarina. Inicia-se pelo fato de que não se trata apenas de um Estado, mas de diversos Estados que totalizam um espaço territorial diversas vezes maior que o visto em Santa Catarina, para termos idéia, só o Maranhão conta com um espaço territorial de 321.983,293 km², os dados encontrados também divulgam que já supera o número de 180.000,00 (cento e oitenta mil) desabrigados nos três Estados mais atingidos (Maranhão, Piauí e Pará), agora a parte mais interessante é: a liberação de verba no mês de abril se limitou a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais) para a Defesa Civil, nos três Estados.




Com base nos números, não é preciso ser matemático para perceber que para cuidar de um espaço extremamente maior, fora destinada uma verba bem menor que a outrora registrada para cuidar do pequeno Estado de Santa Catarina, e assim percebemos como é feito o corte do bolo recebido pelo Governo, bolo esse no qual todos contribuintes – habitem eles no norte, nordeste ou sul – estão sujeitos a pagar. E assim percebemos, cada vez mais o contraste de nosso País, no qual se divide pelo Poder aquisitivo do Estado quem merece mais ou menos, esquecendo-se que em se tratando de catástrofes estamos de algo bem maior que poder aquisitivo dos Estados, mas estamos tratando de vidas, Vidas Humanas. E com isto paira a dúvida: Será que os povos do Norte e Nordeste precisam mesmo de menos para se organizar ou se trata de vidas que não se fazem necessárias o Governo priorizar?