terça-feira, 24 de julho de 2012

O Espelho

 

M C Escher - Hand with Reflecting Sphere (1935)

E tem sido assim, a porta se tranca
E o silencio reina absoluto no apartamento,
Nenhum barulho, apenas o vazio.

Finjo não me inquietar com a estranheza
Causada por encontrar taciturnos espaços,
Prossigo então minha jornada.

Dou um passo adentro,
Tranco a porta,
Acendo a luz e...

Espero, [Escuto meu pensamento]
Verifico que nada há aqui dentro
Além de minha própria inquietude.

Então em passos ritmados, [Caminho]
Olho cômodo a cômodo, [Que incômodo!]
Estão todos vazios, como eram pra estar.

Numa passadela rápida por um dos quartos
Vejo algo passar,
Caminho decididamente na direção. [E observo]

Está ali parado,
Encara-me com um olhar meio borrado,
Numa tenra sobriedade... [Apenas me observa]

Eu analiso com calma,
Os traços, a expressão,
O olhar...

É quando desperto do meu transe psicótico,
E percebo...

Aquele lá sou eu a me observar,
E me impressiona,
Como tardei em me conhecer.

São Luís – MA, 24 de Julho de 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Uma Rosa Morreu


rosa morta

Uma rosa morreu, 
Abandadonada no canto de uma sala qualquer,
Foi-se, silenciosmente, sem noticiar seu trágico porvir.

Uma rosa morreu,
Nem mesmo o Colibrí [que a paquerou por um tempo]
Sentiu a falta da flor.

Uma rosa morreu,
Murchou calada em seu canto, [perdeu seu encanto]
Não deu um grito de dor.

E assim ela se foi,
Pétala-a-Pétala,
Perdeu toda sua cor…

Até tornar-se nada,
Deixando no espaço livre,
Um silêncio pertubador...


São Luís / MA, 19 de Julho de 2012

Poesia Urbana


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Minha poesia urbana é um texto cinzento,
Incolor e Insípido.



Um simples derramar de palavras
Que se aglutinam na busca de um sentido,
Mas não encontram significado algum.


Minha poesia urbana é um texto sem nexo,
Encharcado de palavras vazias escolhidas sem critérios,
E Jogadas numa folha de papel qualquer.


É suja,
Desalinhada.
[Dissimulada]


Minha poesia urbana é uma cidade calada
Sob a névoa de uma chuva torrencial,
E de nada fala.


Minha poesia urbana é um copo de cachaça,
[das fortes]
Dessas que desce queimando a garganta,
Sem deixar gosto algum.


Minha poesia urbana não tem propósito,
Minha poesia urbana...
Nem mesmo é poesia!



São Luís/MA, 14 de Março de 2012

Livre Mulher

 

Mulher

 

Dedico-te meus versos humildes,
Sem palavras rebuscadas ou frases feitas,
Pois quem sabe da tua luta,


Te respeita,
Te Admira,
Te venera.


Dedico-te meu abraço sincero,
E meu apoio em tua luta,
Pois o mundo sem tua presença,


Seria menos belo,
Menos perfumado,
Menos sorridente [Menos caliente].


Dedico-te meu total apoio,
Pois creio que a liberdade que hoje abraças,
Fruto do suor [e sangue],
De muitas que por esta afirmação lutam,

Torna-te mais viva,
Mais presente,
Mais Mulher!

São Luís, 08 de março de 2012

Reflexão Jurídico-Científico-Filosófica E Social

 

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Liberta-te do positivismo puro.
[Kelseniano]!


Mergulha-te sem medo no surrealismo.
[Waratiano]!


“Pela Mão de Alice”, retira os tapumes,
Que lhe cercam a vista;


Vê bem que o mundo não está narrado
Nas páginas do teu “Vade Mecum”.


Descobre então, que a Jurisprudência [burra],
Corroeu-se por sua visão reacionária
[E sem fundamentos]


E o rigor pseudo-jurídico,
São meros mecanismos de afastar o direito,
Do pobre que o detém.


Queres saber como se constrói o mundo?
Queres descobrir o que é direito?


Reflete a realidade social:
Vide Pinheirinho, Vide o sangue de Flaviano,
Vide as famílias nas ruas...
Todos Morrendo de Fome!


E o Estado, esta criação holográfica que criamos,
Para enganar a nós mesmos com a tal ideia de
Segurança.


Assegura, e bem, diga-se de passagem,
Que estejam o Preto, o Pobre e a Prostituta,
Trancafiados à margem da sociedade.


Este é teu Direito, que te pintam belo,
Em tua Faculdade.


Esta é tua ciência, que te falam perfeita,
Em total desacordo, com a realidade.


São Luís/MA, 04 de março de 2012

Chuvosa Nostalgia


Rain-man
E finalmente a chuva decidiu cair.

Tardou, é verdade, mas veio!

E vem assim, gota-a-gota, abrindo o mês de março e seu porvir;
Incerto, como a chuva que agora cai.

Chuva essa que,
Tardou, mas veio, é verdade!

Veio e se foi,
Ligeiramente, como o tempo...
[da mocidade].

São Luís, 02 de março de 2012

Ecos do Mestre Cartola

 

Cartola

Mestre Cartola
___________________
Enquanto o cantarolar noturno das cigarras achegam ao meu coração,
A minha mente corre, ao longe, tentando chegar no além horizonte,
E num caminhar tristonho sente os pingos de chuvas que se derramam...
der...
ra...
mam...
E amam...
Até perder-se no além mar.
São Luís - 27/02/2012