terça-feira, 24 de julho de 2012

O Espelho

 

M C Escher - Hand with Reflecting Sphere (1935)

E tem sido assim, a porta se tranca
E o silencio reina absoluto no apartamento,
Nenhum barulho, apenas o vazio.

Finjo não me inquietar com a estranheza
Causada por encontrar taciturnos espaços,
Prossigo então minha jornada.

Dou um passo adentro,
Tranco a porta,
Acendo a luz e...

Espero, [Escuto meu pensamento]
Verifico que nada há aqui dentro
Além de minha própria inquietude.

Então em passos ritmados, [Caminho]
Olho cômodo a cômodo, [Que incômodo!]
Estão todos vazios, como eram pra estar.

Numa passadela rápida por um dos quartos
Vejo algo passar,
Caminho decididamente na direção. [E observo]

Está ali parado,
Encara-me com um olhar meio borrado,
Numa tenra sobriedade... [Apenas me observa]

Eu analiso com calma,
Os traços, a expressão,
O olhar...

É quando desperto do meu transe psicótico,
E percebo...

Aquele lá sou eu a me observar,
E me impressiona,
Como tardei em me conhecer.

São Luís – MA, 24 de Julho de 2012

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